A mudança na perspectiva sistêmica é top-down e bottom-up ao mesmo tempo. Ela precisa vir dos vários sentidos, trazendo uma racionalidade ao processo, incluindo os sentimentos, mas não ficando preso a eles. Esta visão concreta, positivista, objetiva e pragmática da realidade, implica em considerar um amplo aspecto de nuances e subjetividades que estão moduladas nos modelos mentais e imprimem a realidade organizacional. É necessário tomar consciência de quais os modelos mentais estão presentes, quais precisam ser atualizados e quais precisam ser descartados ou revistos para poder dar conta em um mundo em constante mudança e complexificação.
Ela necessita utilizar mistos de abordagens hard (densa) e soft (sutil), concretas e subjetivas. O uso de técnicas e o entendimento dos fatores culturais e políticos. Necessita ser em alta escala, quando necessário, e orgânica, quando possível. Precisa estar calcada em ter eficácia no curto prazo e sustentabilidade no longo prazo.
Deve considerar a mudança nas pessoas e nos sistemas. Inclui a passagem por transformações, que implica na revisão dos valores e crenças que implicam nos comportamentos visíveis e na revisão das estruturas de maneira profunda. Busca transformar o visível e o invisível, a personalidade da organização e alinhar a organização com sua essência (sua alma). Se faz necessário trabalhar o sintomático e o fundamental, utilizando a estrutura formal e a informal, quando envolve o topo e a base. É necessário atuar em todos os níveis ao mesmo tempo: indivíduo, equipes, departamentos; base média gestão e o topo. A mudança se dá pelo ser humano e sua interação com o todo, assim as relações precisam ser trabalhadas de forma integral.
É o ser humano organizacional que muda, pois ele e quem faz, é o promotor da mudança. O todo muda em função de indivíduos, seus grupos e a comunidade como um todo na organização que muda, mudando o todo. O que implica em uma nova interação com todos os outros grupos que interagem com a organização o que influencia na qualidade da relação implicando em mudança com todos estes stakeholders. O todo muda, mudando os seres humanos, quando ai juntos mudam a organização implicando no apoio da mudança nas comunidades que estão inseridas.
A mudanças sistêmicas devem levar em conta que a mudança na Organização, é arquitetada pelas lideranças, que precisam se formar em redes de lideranças. São os líderes que arquitetam ou sabotam a mudança, sejam eles formais ou informais, conforme o seu grau de influência que se dá por fatores como: tempo de casa, poder hierárquico, conhecimento técnico e ou habilidade de influência ou articulação política dentro da organização. Para vencer aos sabotadores da mudança é fundamental desenvolver as lideranças para desenvolver a capacidade de aprendizado em equipe das pessoas que compõem a organização. As equipes e as lideranças precisam serem hábeis em se adaptar e inovar, criando caminhos para a mudança e sustentabilidade da organização.
Em última análise a mudança organizacional é fruto da mudança dos modelos mentais de indivíduos que compartilham visões e o trabalho do dia-a-dia. Indivíduos na organização resolvem juntos os problemas e experimentam novas formas de fazer o trabalho. Influenciam estruturas e outras comunidades. Para isso o desenvolvimento da autoconsciência e o autodesenvolvimento são condições importantes para o pensar sistêmico. As pessoas precisam se preparar para serem hábeis em adaptar-se e criar.